sábado, 27 de dezembro de 2008

Prêmio Cooperifa


Sarau da Brasa
Iniciamos nossos trabalhos sem ao menos saber se o sonho iria se tornar realidade, mas o sonho virou projeto, o projeto virou sarau, nossas emoções viraram poesia e a partir daí, as noites de sábado na Brasilândia já não são as mesmas. Foram treze encontros ao longo de seis meses, a cada encontro o sarau era presenteado com a presença de uma pessoa da periferia, que vinha chegando para sua somar cada um do seu jeito, éramos premiados com poesia de pessoas que até então nem sabiam que eram poetas. Porém no dia 5 de dezembro recebemos a noticia de que o Sarau Poesia na Brasa receberia o prêmio Cooperifa. Dividimos a noticia com a galera da brasa e no dia 17 de dezembro partimos para a zona sul sentido Bar do Zé Batidão. A Cooperifa parecia um ônibus lotado que estamos acostumas a pegar todos os dias, mas sim, era um prêmio literário, e o Sarau Poesia na Brasa chegou numa muvuca de 30 pessoas e mais uma vez derrubamos a lei da física que dia que dois corpos não ocupam o mesmo espaço. Dentro do bar o calor humano era intenso, mas ninguém queria ficar longe do palco naquela festa. Logo encontramos os irmão do Elo-da-Corrente que também seriam premiados, o Michel deu a idéia que quando o Elo-da-Corrente fosse chamado, o Sarau Poesia na Brasa também colaria, e assim ficou combinado que receberíamos os dois prêmios juntos, pois afinal de contas estamos juntos na correria cotidiana e já nos tornamos o elo em brasa. Cento e vinte prêmios seriam entregues naquela noite a guerreiros e guerreiras que acreditam e trabalham pela construção de uma outra periferia, o primeiro prêmio foi entregue a dona Edith poeta da Cooperifa, uma senhora que emociona a todos quando recita e por ali também passaram vários atores anônimos da transformação periférica. Todos nós da Brasa que estávamos lá fomos receber o prêmio, daí que virou uma puta bagunça, não tínhamos nenhum discurso pra falar ou coisa do tipo, mas ta valendo, porque naquele momento éramos só emoção.
Vários são os prêmios entregue por esse país a fora, a artistas do teatro, da música, da literatura, do cinema, da fotografia, mas nunca ou quase nunca esses premiados são pessoas da periferia, mas também, os artistas da periferia trabalham pela libertação da periferia, e como iríamos ganhar prêmios das mãos dos opressores? Por isso fica a satisfação do Sarau Poesia na Brasa de ter recebido o prêmio das mãos daqueles que também estão nas trincheiras do lado da periferia e um muito obrigado a Cooperifa, e a toda a periferia pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido até agora, e que a elite trema.

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