quarta-feira, 27 de maio de 2009

Existência e Resistência

Dia 23/05, mais um dia de resistência do bairro de Vila Brasilândia. Sarau Poesia na Brasa firmando suas raízes cada vez mais para dentro da periferia, só que agora em um novo terreiro, Bar do Carlita. Depois de uma noite um pouco tensa no primeiro sarau na nova casa no dia 09/05, o segundo encontro já deu para deixar bem claro nossas intenções e a força dessa família em um clima bem mais calmo. Casa cheia, vários poetas novos participaram do nosso ritual, outros que não apareciam já a algum tempo nos presentearam com novas poesias e assim seguimos em frente fortalecendo cada vez mais nossa já forte corrente. Agora que venha o mês de junho com muitos desafios, mas também muita festa. No dia 06/06 receberemos o lançamento do Boletim do Kaos, terceira edição, com a presença confirmada do escritor Alessandro Buzo, no dia 20/06 traremos ao Sarau e ao mundo, com todo orgulho, raça, felicidade e muito amor, nosso primeiro filho, “Rua de Trás” e “Poemas e Prosas e Um Eu”, livro de prosa e poesia de Sonia Bischain e Bárbara Lopes. Também no dia 20/06 seremos presenteados com a exposição de fotos de Sonia Bischain, “Cores do Tempo”, mostrando mais uma vez que o nosso sarau é o espaço para as várias formas de expressão da periferia. Um axé para os guerreiros e “Que os justos avancem, avancem, ainda que sejam imperfeitos e estejam feridos”. (Mario Benedeti)
























terça-feira, 26 de maio de 2009

MAIS UM QUILOMBO CULTURAL - AXÉ!

Sarau da Brasa Recomenda:

Hospital da Gente

"É com muita alegria que anunciamos a volta do espetáculo Hospital da Gente ao seu palco de origem, o Espaço Clariô. Após ter encerrado temporada em 2008, a peça que foi criada aos moldes do Espaço (nada convencional) Clariô, ganhou uma nova roupagem adaptando-se para circulação. Cruzou a fronteira do Rio de Janeiro em uma curta temporada no espaço Caixa Cultural, voltou para Sampa e foi a vez do Sesc Ipiranga abrigar o assentamento. A satisfação de levar o espetáculo para outros lugares, de decolar e se surpreender com os resultados é um estímulo revigorante para o grupo e fica conosco ainda a gana para levá-lo para mais lugares. Porém, não poderíamos abrir mão de reestreiar a peça em sua adaptação original, resultado de 1 ano de pesquisa e trabalho, aqui na nossa casa. Aqui contamos com uma energia extra acumulada por cada sarau, cada amigo recebido, cada madrugada de trabalho, enfim cada ato da história do grupo que foi e está sendo construída neste lugar. E também foi aqui que o Hospital da Gente conquistou os prêmios "Ocupação de Espaço", "Melhor Espetáculo do Interior e Litoral" e rendeu ao Clariô o título de "Grupo Revelação", todos pela Cooperativa Paulista de Teatro.Tomados dessa energia vamos abrir os portões ao público no dia 09 de maio as 21h, ali mesmo na rua Santa Luzia, 96 - Taboão da Serra, o nosso lar-doce-lar... ficaremos em cartaz todo sábado e para quem não se lembra: Se chover não haverá espetáculo, risco de enchente!!!"

Hospital da Gente

Grupo Clariô de Teatro

Autor: Marcelino Freire

Direção: Mário Pazini

Elenco: Alaissa Rodrigues, Janaína Batuíra, Maira Galvão, Martinha Soares, Naloana Lima, Naruna Costa e Paloma Oliveira.

Cenário: Alexandre Souza

Iluminação: Will Damas

Sonoplastia: Gilberto Franco Jr.

Sábados as 21h

Espaço Clariô - Rua Santa Luzia, 96 - Taboão da Serra - SP

Entrada: R$20,00 -

Promoção: Todo mundo paga meia (R$10,00).

Contato: (11) 9995-5416


Dia 28/05 tem Sarau Rap

Sarau Rap, evento que acontece na Ação Educativa, rua General Jardim, 660, Vila Buarque a partir das 19h00, toda última quinta feira do mês. Apresentado pelo poeta Sérgio Vaz, conta com a presença de poetas de várias quebradas de São Paulo. Embora o espaço seja aberto a “todos” estilos de poesias, é dedicado em especial às poesias presentes nas letras de rap. Porém nesse espaço os mc’s não contam com a levada das bases, o lance é valorizar a poesia através da oralidade tão bem desenvolvida pelos participantes. O sarau acontece a dois anos, e nesse tempo podemos ver algumas mudanças de percepção entre os participantes e no que esta sendo produzido a partir desses encontros. Agora podemos perceber que a literatura que é produzida dentro das periferias se apresenta de diversas formas, o que outrora era tido como letras de apologia ao crime, hoje é valorizado como literatura de resistência e denúncia de alta qualidade, também aqueles que as produzem podem se considerar, além de mc’s como poetas, prosadores etc... pois agora roubamos esse título até então dado somente as elites, ou aos ditos clássicos da literatura. Vida longa ao Sarau Rap esperamos que ele se reproduza dentro de todas as quebradas, como já esta sendo feito no “Rima Falada – A Poesia do Rap” na zona sul. Axé guerreiros!!


segunda-feira, 25 de maio de 2009

CICAS

(RESISTENCIA:s/f- 1qualidade de um corpo que reage a ação de outro corpo:2-que se opõe ao movimento de outro corpo:3-que recusa a submissão de outro corpo)


No dia 24/05 o coletivo poesia na brasa visitou o espaço CICAS (centro independente de cultural alternativa e social) já conhecíamos algumas pessoas do coletivo mas o espaço não, nem o trabalho detalhadamente. Chegando lá nos deparamos com um local magnífico cheio de vida e com muitas crianças da comunidade fazendo a festa e segundo o CICAS elas marcam presença todo final de semana e em todas atividades destinadas a elas, o CICAS para quem não conhece é um movimento de ocupação cultural localizado na zona norte de São Paulo próximo ao bairro do jaçanã, à partir das horas que comungamos a companhia e a palavra com os manos do cicas cheguei a conclusão de que uma das melhores palavras para defini-los é "RESISTENCIA" pois hoje nesta selva de concreto que vivemos e que somos estimulados somente a desenvolver pensamentos competitivos e perfis de consumo padrão nos deparamos no meio de uma cohab em uma das muitas periferias de São Paulo com um grupo de doidos que se cansaram de ficar de braços cruzados esperando que os nossos representantes eleitorais possam realmente cumprir as responsabilidades que a eles foram destinadas, sendo assim, eles tiram dinheiro do próprio bolso para que o espaço CICAS funcione como uma rede de amparo para todas aquelas crianças que vimos lá que poderiam estar em qualquer lugar ou fazendo inúmeras coisas erradas mas não estavam lá brincando e tendo para muitos ali o primeiro contato com a literatura e a poesia e pensando no processo de mudança que ocorre na maioria das vezes de fora para dentro e vendo que sempre a periferia é excluída por motivos de acesso ou de descaso e analisando um trecho do bezerra que diz mais ou menos assim "porque para o pobre,não tem outro jeito,apenas só tem o direito a um salário de fome e a uma vida normal." É vamos assim aos poucos, nós periféricos estamos mudando parte a parte a historia pois se não querem nos mostrar cultura conhecemos ela por nós próprios e se não querem nos ensinar a sua poesia fazemos nossa própria poesia se não querem que escutamos suas músicas compomos nossas próprias músicas se não querem que leiamos os seus livros escrevemos os nossos próprios livros e se não querem nos ceder espaços para mostrarmos nossa arte OCUPAMOS OS SEUS ESPAÇOS!!



















sexta-feira, 22 de maio de 2009

E TEM MAIS PROGRAMAÇÃO

Dia 23 Douglas Alves
mediando a mesa redonda
e
dia 24 Michel da Silva
na mesma função

terça-feira, 19 de maio de 2009

Saudações
O tambor da brasa mandou chamar

Quinta feira dia 21/05
Dando continuidade na programação especial de maio
Elo da Corrente


Sábado dia 23/05 às 17h
Seguiremos com os debates no CCJ


Sábado dia 23/05 às 20h30
Sarau Poesia na Brasa
Bar do Carlita
Rua Prof. Viveiros Raposo, 534



Domingo dia 24/05
O encontro vai ser no CICAS

quarta-feira, 13 de maio de 2009

FUNDAÇÃO CASA

Salve guerreiros e guerreiras, para aqueles que não sabem o Sarau Poesia na Brasa acontece no Bar do Carlita aos sábados, mas o Coletivo Cultural Poesia na Brasa vive em constante atividade e ontem 12 de maio foi mais uma, a galera seguiu caminhada até a Vila Maria para visitar a Fundação Casa (antiga FEBEM) a convite do irmão Michel (Elo da Corrente), mais uma das propostas do Coletivo levar a literatura a quem precisa dela para não se frustrar ainda mais pelo esquecimento do sistema.

O dia começou bem agitado logo de manhã pegamos uma lotação com os nossos instrumentos e como já é de esperar passamos algumas dificuldades, a lotação estava meio cheia e... O resto não precisa nem falar né?

Bem, chegamos ao nosso destino à Fundação Casa na Vl. Maria na primeira unidade (Abaetê) logo na entrada já sentimos a repressão pela qual os meninos passam a cada porta que se abria a outra de trás fechava e sempre tinha um carcereiro para fazer uma nova revista.

Como também já esperávamos os meninos ficaram um pouco intimidados no começo, porém mais que depressa eles se envolveram no sarau com os textos e que textos muito bons, alguns meninos cantaram algumas letras de rap e logo podemos perceber toda a angústia enrustida, a saudade da mãe e o desejo de liberdade.

Terminado o primeiro sarau fomos almoçar, (ai pensa em uns cabras que come... Pensa! Num da nem pro cheiro os caras comem demais...) Mas voltando à fundação, depois do almoço fizemos o segundo sarau, a gente não queria acabar mais, os meninos pegaram os instrumentos e não queriam mais largar o barato tava da hora. Os manos da Brasa também estavam mandando muito bem na poesia Chellmí (J.E.P.) mandou umas letras que os meninos se identificaram muito, Felipe (Príncipe da Brasa) nem se fala como sempre mandando a nossa realidade em forma de poesia, Samanta, Leko, Diego, Sidnei, Vagner, Divino (Elo da Corrente) e o Michel Educador da Fundação completaram o time. Porém como nem tudo são flores e tivemos que acabar mais um sarau partindo para outra unidade (Paulista), já na entrada de novo varias revistas cada portão uma parada (sistema!!!) mas seguimos em frente com todo pique, na primeira parada os meninos logo de cara pegaram novamente os instrumentos e o batuque foi contagiante, novamente também os textos eram de desnortear qualquer um, rolou até um desafio de fazer poesias de improviso uma atrás da outra, sem comentários! Os meninos mandam muito bem, e por fim fizemos um último sarau na divisão ao lado, esse foi bem mais calmo acho que por causa do cansaço, da nossa parte por estarmos o dia todo em atividade e dos garotos pelo término de mais um dia enclausurado, mais infelizmente o horário bateu e tivemos que acabar por ali, rigorosamente às 19h00 para o jantar da molecada, têm horário para tudo, condicionamento militar, cerca de trinta garotos ficam o dia no pátio onde são proibidos de pisarem na quadra de esportes que ocupa mais da metade do pátio e os funcionários são bastante rigorosos com isso, porém o importante foi que saímos de lá com uma boa sensação, a sensação de que alguma coisa de bom ficou na cabeça daquela molecada e nós podemos contribuir pra isso, não sabemos o que muitos fizeram para estar ali, não sabemos de muitos há quanto tempo estão lá e quanto tempo falta para sair, o que nós sabemos é o que vimos garotos bonitos, inteligentes e cheios de vontade de viver, que estão sendo privados de mostrarem suas idéias ao mundo, trancafiados por sistema falho que confunde exclusão com reabilitação. Indo embora o que sentíamos era corpo cansado e mente a milhão, fervilhando de idéias, queríamos mais, queríamos fazer mais, infelizmente ontem não deu, mas não paramos, prometemos aos meninos voltar e com garotos que só podem confiar em uma palavra não os decepcionaremos e em breve estaremos de volta, terminamos por aqui desejando muita força e garra, esperando que possam existir transformações em suas vidas.