terça-feira, 30 de agosto de 2011

SARAU DA BRASA FORTALECE E É FORTALECIDO POR ESSA REDE

Artigo Blog da Folha - Gê Moreira
29/08/2011

Rede de projetos culturais quer fortalecer produção da periferia

Por Jéssica Moreira

Há um bom tempo, a lógica de que a cultura parte do centro para a periferia vem sendo invertida. É também com esse objetivo que mais de 20 coletivos da capital paulista se reuniram no sábado, 27/8, para fundar a Rede Viva Periferia Viva, na sede da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, zona norte de São Paulo.

O desejo de formar a rede surgiu há três anos e a principal razão é unir-se para enfrentar dificuldades como problemas financeiros, escassez de materiais, falta de espaço, entre outras. “Para sobreviver enquanto iniciativa independente foi preciso as forças”, afirma Roger Neves, idealizador do Informativo Comunitário Ôxe!

Um grupo de teatro sem espaço pode contar com sede de outro coletivo. O tal coletivo, que não tem como registrar suas ações, pode utilizar os equipamentos eletrônicos dos que tem e assim por diante. A rede possibilita que as ideias saiam do papel e façam parte da realidade das comunidades.

Informalmente, a rede já estava funcionando assim. Mas os grupos ainda não se sentiam seguros para formalizar o que já existia na prática. “Nós a consolidamos primeiro por dentro”, diz José Queiroz, gestor cultural da Quilombaque e um dos idealizadores da Rede.

O encontro se iniciou às 8h, com café organizado de forma comunitária. Logo depois, houve roda de apresentação dos coletivos, com muita troca de experiência, mostrando que uma relação saudável com a comunidade é um dos fatores mais importantes para que um trabalho seja fortalecido. “A rede fortalece o trabalho dos coletivos. Amplia e também legitima o objetivo em comum, que é utilizar a arte como fator de transformação social”, é o que diz Roger Duran, 27, produtor do Sinfonia de Cães, coletivo que produz eventos culturais.

Em pleno sábado de sol, os grupos permaneceram no espaço e outros mais chegaram, mostrando o comprometimento existente nas pessoas presentes. O debate contou também com a presença do coordenador do Programa VAI (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), da Secretaria Municipal de São Paulo, Gil Marçal, que afirmou que o número de projetos financiados pelo VAI na região norte aumentou e que os coletivos presentes eram também responsáveis por isso.

“O processo cultural da cidade sempre foi muito centralizado e elitista. Esse encontro legitima um processo cultural diferente, pois quando esses grupos se articulam você consegue potencializar o acesso à cultura e às artes, e a consequência disso é a participação maior da população”, diz o coordenador.

“Duas palavras deste encontro me servem como norte: amor e fraternidade. Acredito que tudo que nasce tendo essas duas palavras como princípio funciona”, afirma André Arruda, professor de teatro de Franco da Rocha e integrante do grupo de teatro Carne e Osso.

“A rede é um conjunto de ações que são feitas por pessoas que já têm experiência. Ela potencializa a solidariedade dos coletivos e também a capacidade de procurar soluções em comum”, diz Euler Sandeville, professor da FAU - USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) que vem participando das discussões da Quilombaque sobre o Parque Linear.

Fazem parte da fundação da Rede Viva Periferia Viva: Comunidade Cultural Quilombaque, Coletivo Sarau na Brasa, CICAS, Grupo Pandora, Grupo Girandolá, Informativo Ôxe!, Quintal Cultural, Mutirão Cultural na Quebrada, Projeto Espremedor, Cia do Acaso, Cia Carne e Osso, Sarau Vila Fundão, Coletivo Luta Popular, Rede Ecumênica da Juventude, Sambaki, Arte na Lata, Trupe Liuds, Projeto Expiral, Sinfonia de Ca~es, Coletivo Esperança Garcia, Agência de Desenvolvimento Social, Na ação, Fábrica do Conhecimento, Coletivo Reagente, Abrigo Casa das Expedições e Trupe Cavalete Andante.

O próximo encontro está marcado para o dia 1º de outubro.

Jéssica Moreira, 19, é correspondente comunitária de Perus.

@gegis00

jessicamoreira.mural@gmail.com

Escrito por Blog Mural às 16h27

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

"QUEM NÃO CONHECE NÃO É BOM SE ALVOROÇAR..."

Mais um vez a Brasilândia pode presenciar um encontro extremamente agradável no Sarau Poesia na Brasa.
Dessa vez nossa roda de celebração foi aberta numa conversa com Alan da Rosa, que entre outras coisas é um dos editores do selo editorial “Edições Toró”. Da Rosa, com suas metáforas e outros recursos, trabalhou na ginga da palavra, assuntos de extrema seriedade, com a leveza certeira de uma pernada na roda de angola. Palavra toque de tambor, que faz o pensamento dançar, facilitando o entendimento ou somente convida para uma nova dança num ritmo ainda não experimentado. Alan com sua “pedagoginga”, chamou o público presente para a roda e garantiu os bons cheiros e sons para a roda da noite.


Mas a noite no Sarau da Brasa não acabava aí, ainda iria rolar o lançamento do livro “Quem Roubou Quem?” da Ana Paula Risos, livro editado pelo selo editorial “Ciclo Contínuo”. Também ali presentes estavam as irmãs do Coletivo Esperança Garcia para o lançamento do seu terceiro Zine.


Noite linda com muita poesia e celebração, que venham outras tantas noites assim na nossa Brasilândia. Axé.



























CONVERSA/RECITAL NO EDUCAFRO

Na Praça da república, dentro de uma creche acontecem as atividades, de um dos vários núcleos, do Cursinho Pré-Vestibular da Educafro, mas nessa última sexta feira, dia 26, nesse mesmo local, aconteceu um encontro para se falar sobre negritude e literatura. Para iniciar a conversa/recital estavam presentes o poeta Fuzzil, o poeta Daniel Bernardes e representando o Coletivo Cultural Poesia na Brasa, o poeta Vagner Souza.
Foi um encontro bem tranquilo com vários sorrisos e perguntas nos rostos dos presentes. Os convidados foram falando sobre seus trabalhos e a cada “parágrafo”, recitavam um ou dois poemas para enriquecer a conversa.
Agradecemos a Flávia Rodrigues pelo convite e a tod@s presentes no encontro. Axé.



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Conexão Brasilândia/Capão Redondo

De um extremo a outro da cidade, ônibus cheio, três horas de “viagem”, mas chegamos no Sarau Vila Fundão, conexão Brasilândia/Capão Redondo e tudo isso pra que? Para fazer o lançamento da Antologia Poesia na Brasa Vol. III
Casa cheia, comunidade reunida, cerveja gelada e a conversa afinada, ambiente perfeito para um lançamento de livro, bem diferentes dos tradicionais lançamentos em grandes livrarias, com pessoas falando baixo e emitindo suas impressões sobre a obra antes mesmo de ler a mesma. Na comunidade não, o livro fica ali, no meio da roda de conversa com, todo mundo passando a mão nele, O livro transformado em objeto de desejo, dividindo espaço com a merecida gelada, e o melhor, ao mesmo preço da gelada, “relaxamento” pro corpo e pra mente.
Não tínhamos livros pra ler, agora publicamos os nossos próprios, e a coisa não para, ainda queremos muito mais, plantamos ideias e colhemos livros e agora compartilhamos a colheita com o maior número possível de irmãos e irmãs.
Agradecemos ao povo do Sarau Vila Fundão pela recepção e esperamos, assim que possível, uma visita de vocês em nossa casa. Axé

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A DITADURA SEGUE

DENUNCIA ! - CARTA DOS ADOLESCENTES DA FEBEM/FUNDAÇÃO CASA, DENUNCIANDO A UNIDADE JATOBÁ -UI28

Transcrição da Carta dos adolescentes da FEBEM/FUNDAÇÃO CASA Unidade de Internação Jatobá -UI28, denunciando as torturas que sofrem na Unidade.


Segue a carta transcrita:

“Nós adolescentes da casa Jatobá, UI 28 do complexo raposo tavares, pedimos para que a vossa exelência nos de atenção imediata, o motivo da solicitação é pelo fato de nós adolescentes nos encontrarmos sofrendo diversas opressões, e os ocorridos fazem gerar um transtorno terrivel não só fisicamente aos adolescentes como na mente de seus familiares.
Estamos em um ambiente a onde a opressão fisica e psicológica fazem parte de nossa dificil rotina, por esse fator alguns adolescentes com trauma psicológico não conseguem se quer dormir em paz, com medo de acordar sendo agredidos por quem deveria os reeducar. E a negligência médica também está sendo exercida pelos mesmos, diversos adolescentes se encontram com gripe e considerando que as doenças se agravam e atravéz disso jera febre, mediante a isto o descaso médico continua a ser praticado. ( A aguá gerada do banho faz com que isso se agrave deixando os mesmos em uma situação de risco).
Gostariamos também de deixar vocês cientes de que; de que vem se ocorrendo com frequência humilhações direcionadas aos nossos familiares, os mesmos ofendem nossos famíliares com palavras de baixos calões, e mesmo diante dessas situações nós adolescentes não queremos conflitos com o corpo funcional e com a direção da unidade, ao contrario nós desejamos que tenha solução para estes entre outros constrangimentos causados principalmente pela direção desta unidade de internação. As nossas necessidades de higienização e alimentação não estão sendo suplidas, o mau cheiro nos banheiros, dormitórios e no refeitório vem trazendo mau estar para o nosso convivel, as roupas vem a serem trocadas uma vez por semana, e os alimentos que além de virem estragados e com pedras e materiais recicláveis deixados pelos (a) cozinheiras (o) da (comvida) empresa que fornece a alimentação no complexo raposo tavares e na unidades da fundação casa ligadas a “ D.R.M 4”.
A senhora diretora cujo o nome é “tânia”; vem pressionando diretamente os adolescentes insinuando que vai colocar 90 homens da G.S.I (grupo de segurança intensiva) dentro da unidade, e o motivo mensionado pela mesma é de estarmos pedindo um tratamento digno para nós e aos nossos familiares.
Precisamos de alguém. Na direção da unidade que realmente queira nos reeducar não nos maltratar da forma hostil e opressora que vem acontecendo e tomando uma proporção maior, os ematomas nos nossos corpos são visiveis e a nossa expressão facial retrata os danos causados pelas diversas opressões sofridas,a mesma diretora diz ter ordens da doutora Berenice para a pratica de suas iniquidades mencionando até ser amiga da mesma e por isso ela justificou que nada seria feito para êczonerar-la do cargo, mas sabemos da legalidade de nossa constituição, e sabemos também que as providências devem serem tomadas, até porque somos seres humanos e não merecemos sermos tratados como animais em carcere privado sem uma atenção digna; sabemos oque ela faz fora da legalidade e queremos que vocês autoridades tomem providências, mediante os fatos.
A maioria das vezes os fatos que se ocorrem são no plantão noturno e principalmente com a presença da senhora diretora e da encarregada das tecnicas, psicológas e assistentes sociais considerando que; toda a equipe da direção são conivêntes e alguns são autores aos maus tratos praticados contra nós adolescentes que estamos traumatizados.
A senhora tania é quem disse que á disse/ que a doutora Berenice é a pessoa que ordenas essas ações ilicitas, a mesma ciênte de que essas atitudes são ilegais, diz que nada irá atingila. Nossos familiares estão cansados de serem enganados por que, quando apanhamos e falamos aos nossos familiares a mesma diz aos nossos familiares que estamos mentindo mas nossos familiares sabem que de fato tudo isso está se ocorrendo porque as marcas das torturas são visiveis.
Finalizamos esta humilde correspondência agradecendo as autoridades do forúm pela atenção importante que nos deram.
Aguardamos por uma atitude de vocês mediante todos esses fatos.
Obrigado!
Ass: adolescentes da UI 28
Complexo raposo tavares.
06/08/2011”

domingo, 21 de agosto de 2011

SARAU POESIA NA BRASA

Sarau Poesia na Brasa


Bar do Carlita

Rua Professor Viveiros Raposo, 534

às 19h00

Vila Brasilândia



Salve.
O próximo sábado vai ser um dia cheio de atividades pelas periferias de São Paulo, e no meio desse balaio de ações político/culturais, estão as ações do Sarau Poesia na Brasa, que no próximo dia 27 vai receber em sua casa, mais um lançamento de livro, "Quem Roubou Quem?" da escritora Ana Paula Risos. O nosso encontro vai começar às 19h00, com um debate-papo, sobre literatura afro-brasileira, com a presença dos amigos, Marcio Barbosa(Quilombhoje), Alan da Rosa (Edições Toró) e Marciano Ventura (Ciclo Contínuo).
Tod@a são bem chegad@s.


VIVA PERIFERIA VIVA



VIVA PERIFERIA VIVA
Construindo uma rede no olho do furacão.

Encontro de Fundação

27 de Agosto de 2011 - Sábado - 08:00 às 17:00 horas



PERIFERIAS: geográficas, socioeconômicas, étnicas, de gênero, etária, históricas, culturais. VIVA: Juventude, conhecimento, artes, cultura, protagonismo empreendedor, colaboratividade.
Uma rede serve se e para que as pessoas se sintam irmanados num propósito.
A principal dimensão é a do sentimento de proteção das pessoas, de suas iniciativas e idéias. Depois vem o desenvolver juntos ações que protejam e fortaleçam os grupos e pessoas.
Os processos e experiências conhecidas, modo geral, concentram sua idéia de rede na uniformatização, onde tudo e todos devem e “se tornam uma coisa só”.
A principal característica de nossas ações e desafios, assumidos na construção da REDE VIVA PERIFERIA VIVA é que elas procuram preservar, fortalecer e garantir a identidade e a autonomia das iniciativas, e, juntar e entender que as diferenças e a diversidade é que impulsionam o desenvolvimento de conhecimentos e consequencialmente a auto-sustentação.




PROGRAMAÇÃO

08:00 – Chegança – Café da manhã
09:00 – Roda de Apresentação
09:30 - Mapeamento: Quem somos, onde estamos e o que fazemos
Caracterização e Balanço dos últimos dois anos
09:50 - Apresentação texto – base Constituição
10:00 - Trabalho em Grupo: Reflexão e discussão dos princípios, valores, missão, visão e objetivos da rede
10:50 - Intervalo
11:05 - Plenária - Apresentação, debate e sistematização do trabalho em grupo
12:30 - Almoço Comunitário
13:30 - Trabalho em Grupo: Planejamento e Operacionalização
Estrutura, organização e funcionamento
Regras e procedimentos de filiação e desfiliação
Ações de curto, médio e longo prazo em Rede
15:00 - Plenária: Apresentação, debate, sistematização e encaminhamentos
17:00 - Encerramento, ou, o começo de uma nova história....

SEGUE OS LEVANTES





domingo, 14 de agosto de 2011

MAIS UMA EDIÇÃO DA JAM BAQUE



PIRITUBARTE GRAFITANDO IDÉIAS




QUILOMBO CULTURAL NA BRASILÂNDIA

Saudações.
É lindo ver o movimento em movimento sem que ninguém tenha controle sobre ele. O movimento deve ser livre e em constante transformação criativa, para que possa dar conta da complexidade da realidade. Assim foi o último encontro do Sarau Poesia na Brasa, com a presença dos amigos do Núcleo de Teatro Pavanelli com a peça “Aqui Não Senhor Patrão” e a exibição do Documentário “A Cultura Em Luta Pela Paz” do Coletivo Cultural Sinfonia de Cães.
O Grupo Pavanelli rompeu com os limites geográfico do Bar do Carlita, levando sua apresentação para a praça em frente a Casa de Cultura da Brasilândia. Com um cortejo e um texto extremamente popular transformou a praça, que raramente é ocupada em benefício da comunidade, em um grande palco de apreciação artística e reflexão crítica. Vale registrar o valor simbólico dessa ação, uma vez que a intervenção foi feita em frente a uma “Casa de Cultura” que se mostra pouco interessada em dialogar com os coletivos culturais da região e mais uma ação artística é feita no “quintal” dessa “Casa” como forma de provocar desejadas discussões com os responsáveis desse espaço.
Na sequência o cortejo seguiu de volta para o Bar do Carlita, mais um “Quilombo Cultural”.
A exibição do doc. foi bem louca, olhos atentos acompanhando um pouco da história de um outro “Quilombo Cultural” na Vila Sabrina, o CICAS, referência para nós. Puta documentário bem feito, um grande instrumento de registro e de alimento para nossas reflexões.
Enquanto o documentário era exibido ia chegando mais gente e o tempo, esse ingrato , ia se tornando cada vez mais curto para tantos poetas. Ao final do doc. já beirava 23h00 e nosso acordo, tanto com o Carlita quanto com a comunidade é de finalizar os trabalhos às 23h00, logo ficaria muito difícil fazer a nossa tradicional roda de poesia. Mas como ninguém controla o movimento do movimento, ainda rolou algumas poesias e que bom que rolou, porque pra nossa sorte apareceu no sarau uma menininha de mais ou menos uns sete anos que fez questão de ler uma poesia e no final ainda deu um “depoimento” sobre tudo o que viu naquela noite, o que nos encheu de energias para continuar nossos trabalhos.
Agradecimentos sinceros a todas as pessoas e grupos que colaram e tornaram possível mais esse levante político-cultural na nossa Brasilândia. Agradecimento especial aos amigos do Núcleo Pavanelli e ao Coletivo Sinfonia de Cães. Axé