Artigo Blog da Folha - Gê Moreira
29/08/2011
Rede de projetos culturais quer fortalecer produção da periferia
Por Jéssica Moreira
Há um bom tempo, a lógica de que a cultura parte do centro para a periferia vem sendo invertida. É também com esse objetivo que mais de 20 coletivos da capital paulista se reuniram no sábado, 27/8, para fundar a Rede Viva Periferia Viva, na sede da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, zona norte de São Paulo.
O desejo de formar a rede surgiu há três anos e a principal razão é unir-se para enfrentar dificuldades como problemas financeiros, escassez de materiais, falta de espaço, entre outras. “Para sobreviver enquanto iniciativa independente foi preciso as forças”, afirma Roger Neves, idealizador do Informativo Comunitário Ôxe!
Um grupo de teatro sem espaço pode contar com sede de outro coletivo. O tal coletivo, que não tem como registrar suas ações, pode utilizar os equipamentos eletrônicos dos que tem e assim por diante. A rede possibilita que as ideias saiam do papel e façam parte da realidade das comunidades.
Informalmente, a rede já estava funcionando assim. Mas os grupos ainda não se sentiam seguros para formalizar o que já existia na prática. “Nós a consolidamos primeiro por dentro”, diz José Queiroz, gestor cultural da Quilombaque e um dos idealizadores da Rede.
O encontro se iniciou às 8h, com café organizado de forma comunitária. Logo depois, houve roda de apresentação dos coletivos, com muita troca de experiência, mostrando que uma relação saudável com a comunidade é um dos fatores mais importantes para que um trabalho seja fortalecido. “A rede fortalece o trabalho dos coletivos. Amplia e também legitima o objetivo em comum, que é utilizar a arte como fator de transformação social”, é o que diz Roger Duran, 27, produtor do Sinfonia de Cães, coletivo que produz eventos culturais.
Em pleno sábado de sol, os grupos permaneceram no espaço e outros mais chegaram, mostrando o comprometimento existente nas pessoas presentes. O debate contou também com a presença do coordenador do Programa VAI (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), da Secretaria Municipal de São Paulo, Gil Marçal, que afirmou que o número de projetos financiados pelo VAI na região norte aumentou e que os coletivos presentes eram também responsáveis por isso.
“O processo cultural da cidade sempre foi muito centralizado e elitista. Esse encontro legitima um processo cultural diferente, pois quando esses grupos se articulam você consegue potencializar o acesso à cultura e às artes, e a consequência disso é a participação maior da população”, diz o coordenador.
“Duas palavras deste encontro me servem como norte: amor e fraternidade. Acredito que tudo que nasce tendo essas duas palavras como princípio funciona”, afirma André Arruda, professor de teatro de Franco da Rocha e integrante do grupo de teatro Carne e Osso.
“A rede é um conjunto de ações que são feitas por pessoas que já têm experiência. Ela potencializa a solidariedade dos coletivos e também a capacidade de procurar soluções em comum”, diz Euler Sandeville, professor da FAU - USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) que vem participando das discussões da Quilombaque sobre o Parque Linear.
Fazem parte da fundação da Rede Viva Periferia Viva: Comunidade Cultural Quilombaque, Coletivo Sarau na Brasa, CICAS, Grupo Pandora, Grupo Girandolá, Informativo Ôxe!, Quintal Cultural, Mutirão Cultural na Quebrada, Projeto Espremedor, Cia do Acaso, Cia Carne e Osso, Sarau Vila Fundão, Coletivo Luta Popular, Rede Ecumênica da Juventude, Sambaki, Arte na Lata, Trupe Liuds, Projeto Expiral, Sinfonia de Ca~es, Coletivo Esperança Garcia, Agência de Desenvolvimento Social, Na ação, Fábrica do Conhecimento, Coletivo Reagente, Abrigo Casa das Expedições e Trupe Cavalete Andante.
O próximo encontro está marcado para o dia 1º de outubro.
Jéssica Moreira, 19, é correspondente comunitária de Perus.
@gegis00
jessicamoreira.mural@gmail.com
Escrito por Blog Mural às 16h27
29/08/2011
Rede de projetos culturais quer fortalecer produção da periferia
Por Jéssica Moreira
Há um bom tempo, a lógica de que a cultura parte do centro para a periferia vem sendo invertida. É também com esse objetivo que mais de 20 coletivos da capital paulista se reuniram no sábado, 27/8, para fundar a Rede Viva Periferia Viva, na sede da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, zona norte de São Paulo.
O desejo de formar a rede surgiu há três anos e a principal razão é unir-se para enfrentar dificuldades como problemas financeiros, escassez de materiais, falta de espaço, entre outras. “Para sobreviver enquanto iniciativa independente foi preciso as forças”, afirma Roger Neves, idealizador do Informativo Comunitário Ôxe!
Um grupo de teatro sem espaço pode contar com sede de outro coletivo. O tal coletivo, que não tem como registrar suas ações, pode utilizar os equipamentos eletrônicos dos que tem e assim por diante. A rede possibilita que as ideias saiam do papel e façam parte da realidade das comunidades.
Informalmente, a rede já estava funcionando assim. Mas os grupos ainda não se sentiam seguros para formalizar o que já existia na prática. “Nós a consolidamos primeiro por dentro”, diz José Queiroz, gestor cultural da Quilombaque e um dos idealizadores da Rede.
O encontro se iniciou às 8h, com café organizado de forma comunitária. Logo depois, houve roda de apresentação dos coletivos, com muita troca de experiência, mostrando que uma relação saudável com a comunidade é um dos fatores mais importantes para que um trabalho seja fortalecido. “A rede fortalece o trabalho dos coletivos. Amplia e também legitima o objetivo em comum, que é utilizar a arte como fator de transformação social”, é o que diz Roger Duran, 27, produtor do Sinfonia de Cães, coletivo que produz eventos culturais.
Em pleno sábado de sol, os grupos permaneceram no espaço e outros mais chegaram, mostrando o comprometimento existente nas pessoas presentes. O debate contou também com a presença do coordenador do Programa VAI (Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais), da Secretaria Municipal de São Paulo, Gil Marçal, que afirmou que o número de projetos financiados pelo VAI na região norte aumentou e que os coletivos presentes eram também responsáveis por isso.
“O processo cultural da cidade sempre foi muito centralizado e elitista. Esse encontro legitima um processo cultural diferente, pois quando esses grupos se articulam você consegue potencializar o acesso à cultura e às artes, e a consequência disso é a participação maior da população”, diz o coordenador.
“Duas palavras deste encontro me servem como norte: amor e fraternidade. Acredito que tudo que nasce tendo essas duas palavras como princípio funciona”, afirma André Arruda, professor de teatro de Franco da Rocha e integrante do grupo de teatro Carne e Osso.
“A rede é um conjunto de ações que são feitas por pessoas que já têm experiência. Ela potencializa a solidariedade dos coletivos e também a capacidade de procurar soluções em comum”, diz Euler Sandeville, professor da FAU - USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo) que vem participando das discussões da Quilombaque sobre o Parque Linear.
Fazem parte da fundação da Rede Viva Periferia Viva: Comunidade Cultural Quilombaque, Coletivo Sarau na Brasa, CICAS, Grupo Pandora, Grupo Girandolá, Informativo Ôxe!, Quintal Cultural, Mutirão Cultural na Quebrada, Projeto Espremedor, Cia do Acaso, Cia Carne e Osso, Sarau Vila Fundão, Coletivo Luta Popular, Rede Ecumênica da Juventude, Sambaki, Arte na Lata, Trupe Liuds, Projeto Expiral, Sinfonia de Ca~es, Coletivo Esperança Garcia, Agência de Desenvolvimento Social, Na ação, Fábrica do Conhecimento, Coletivo Reagente, Abrigo Casa das Expedições e Trupe Cavalete Andante.
O próximo encontro está marcado para o dia 1º de outubro.
Jéssica Moreira, 19, é correspondente comunitária de Perus.
@gegis00
jessicamoreira.mural@gmail.com
Escrito por Blog Mural às 16h27
Nenhum comentário:
Postar um comentário