SARAVÁ SARAU DA ADEMAR E SEU PRIMEIRO “FILHO”
“Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertamem comunhão.” Paulo Freire
Dizem as sábias lavadeiras, entre um canto de trabalho e outro, parteiras que são, que um parto difícil é sinal de rebento forte. E não é preciso muita sensibilidade ou fino trato para dar de cara com um rebento desses e percebê-lo assim: brilhando e pronto pra vida.
O Sarau da Ademar está lançando seu primeiro livro, ou melhor, suas primeiras prosas impressas. Para chegar até aqui foram três anos de muita luta e resistência e de busca intensa pela expressão das esquinas de poesia desse canto Sul de Sampa.
Cada página desse livro nos enche de orgulho e nos dá mais sentido de responsabilidade para continuarmos nossa peleja, que é a de lutar pela arte socializada, que transforma o público em produtor, superando e subvertendo a dependência cultural, que nos obriga a viver uma relação de submissão da arte.
A possibilidade de nos convertermos em produtores de cultura, superando de modo ativo, a função de meros consumidores passivos e participarmos ativamente no processo criador da arte que fruímos e pela qual optamos nos deu força e coragem para crer em nossa capacidade de recriar e ampliar a realidade e para desenvolver nossa identidade cultural como classe e como povo. Essa consciência é a chave que nos abriu as portas das possibilidades de criarmos nossa própria cultura e de transformá-la por nós próprios.
A constância da luta, por vezes, machuca a gente. Sonhar custa algumas lágrimas arrancadas de peitos utópicos, guerreiros e notívagos em busca da tão desejada aurora.
Nosso coletivo já traz no peito todas as páginas desse livro, em nossa pele ele já tatuou sua história, vivida com vocês, irmãos de luta e de quebrada.
Agora é seguir adiante, estufar os peitos e continuar sonhando. Melhor, continuar a alimentar o sonho, esse sonho possível e bonito.
Para comemorarmos mais essa vitória, convidamos você para participar da festa que faremos em 11 de dezembro, dia do parto desse rebento bonito, em mais uma edição do Sarau da Ademar.
“Só a arte é útil.
Crenças, exércitos, impérios, atitudes – tudo isso passa.Só a arte fica, por isso só a arte vê-se, porque dura.” Fernando Pessoa – Obras Completas Asé
Coletivo Sarau da Ademar
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