Apesar da demora em postar nossas impressões sobre este encontro, não conseguimos esquecê-lo até agora. A Virada Cultural de 2009 começou para nós no sábado de manhã, quando nos preparamos para a atividade que iria rolar às 13 horas no CEU PAZ... O lugar é impressionante!!! Uma grande estrutura educacional cravada no alto do morro, bem no centro da comunidade. Chegando lá tivemos a certeza de que faríamos não apenas poesia, mas também história juntamente das pessoas que apareceriam.
Convidamos vários aliados e como já é tradição chegamos ao pico com o Michel do Sarau Elo da Corrente, irmãos e irmãs que estão sempre conosco na caminhada de transformação da nossa quebrada. Lá também nos encontramos com o Israel e o Raz, do Coletivo Literatura Suburbana, e fortalecemos o trabalho.
No começo até pensamos que viriam poucas pessoas, ou mesmo nenhum morador dos arredores... Mas foi só bater o tambor que muitos deles chegaram com curiosidade, atenção e a mente engatilhada, prontos para diparar rimas, para recitar seus próprios versos ou aqueles versos amigos, que conhecem bem um pouco do conteúdo de nossos sentimentos. O sarau foi totalmente espontâneo e após uma breve apresentação dos grupos presentes estabelecemos uma única regra: fiquemos à vontade!!! Para recitar era só se dirigir ao microfone e disparar. Aos poucos pegamos o ritmo e todos pareciam ter ficado a vontade, ou seja, os próprios moradores começaram a recitar seus poemas, com direito a uma cênica interpretada por uma criança enquanto o pai dominava o microfone.
Era incomum todo aquele som dentro de uma biblioteca, onde o silêncio é essencial e sempre nos visitava a cada novo poema, mas parecia até que os livros estavam falando conosco... Ao menos deve ser isso que as crianças pensaram quando, enquanto trançávamos as palavras, elas procuravam os livros para investigá-los.
Estes momentos até pareciam mágicos, mas não! Eram pura realidade...
A cada dia fica mais inconsistente o discurso daqueles que dizem que não gostamos de ler, de estudar... Que não somos esforçados e desistimos facilmente quando a tarefa parece ser árdua, quando a subida parece ser muito íngreme. Que enganação!!! Dizem isso por que precisam acreditar nisso, pois somente assim se considerariam isentos de responsabilidade sobre a miséria que é gerada pela luxuria e pela riqueza que não passa de roubo!!! Eles que continuem acreditando no que quiserem, pois as imaginações não encontram limites... Enquanto isso, forjaremos o ferro e fabricaremos a lâmina de atitudes que nos servirá para dividir este “enorme bolo”.
Até sábado, no Bar do Carlita.
É nóis!!
Chegando...
Um pouco do sol que é de todos.
"Tambor, Tambor..."
"... vai buscar quem mora longe".
Michel (Elo da Corrente na Brasa)
O poeta do povo e seu filho
Michel
Felipe, Amauri, Iara e Raz
Miudinho e Vagner
Diego
Elaine e Clébio
Sonia
Um comentário:
parabéns pessoal, por todo o trabalho de vcs, sempre.
o povo aqui do ceu adorou, a comunidade que esteve presente tb, e eles e eu, pessoalmente, adoraria recêbe-los de novo.
refazendo o convite já feito no sarau... o ceu e a biblioteca são espaços PÚBLICOS, e estamos sempre de portas abertas pra vcs e todos.
raquel - bibliotecaria ceu paz
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