Desde o dia 03 de maio, os profissionais que
trabalham na educação do município de São Paulo estão em greve reivindicando
aumento real de salários, diminuição do número de alunos por sala de aula,
melhores condições de trabalho e segurança nas escolas, entre outras coisas.
Desde abril estamos assistindo a uma negociação
com a prefeitura de São Paulo que transborda posturas, ações e argumentações
autoritárias por parte dos responsáveis pela Secretaria Municipal de Educação
de São Paulo e do próprio prefeito. Tais características tem guardado
semelhanças com os piores momentos políticos da história recente do Brasil e usa
estratégias adotadas também no regime nazista.
Desde o início do ano o governo municipal
vetou conquistas destes trabalhadores conseguidas nos últimos anos. Fez
propostas ao magistério municipal e depois as retirou, condicionado sua
reapresentação ao silêncio dos trabalhadores durante a gestão atual. Movimento que
se assemelha, também, a cruéis castigos praticados contra crianças.
Também gastou dinheiro público, que poderia
ser investido em educação, para exibir propagandas que trazem falsas
informações sobre o atendimento às necessidades da educação paulistana,
acreditando, talvez, naquela expressão que diz que "uma mentira, quando
repetida diversas vezes, torna-se verdade". Quem disse isso mesmo? Para
concluir que tratam-se de mentiras, basta conversar com qualquer profissional
da educação municipal.
Nós do
Coletivo Cultural Poesia na Brasa, entendemos que os problemas relacionados à
educação oferecida e administrada pelo Estado (neste caso, governo municipal de
São Paulo) é de interesse de toda a sociedade e não apenas de seus
profissionais. Não basta que a escola esteja funcionando, é necessário que haja
condições para seu adequado funcionamento. A escola deve ser espaço de
aprendizagem, cidadania, coletivismo, solidariedade, contestação frente as
injustiças e nunca deve ser um depósito de crianças, que aliás está
superlotado. Nós, que somos mães e pais, avôs e avós, tias e tios, irmãos e
irmãs, amigos e amigas, enfim... almejamos mais do que um lugar para deixar
nossas crianças durante algumas horas do dia. Queremos que esta educação sirva
para a construção, fortalecimento e valorização
de nossas identidades e comunidades. Queremos que ela assuma o compromisso de
educar pessoas melhores para um futuro melhor e sabemos que isso só pode
acontecer com condições adequadas e não com sucateamento, pois é isso que vemos
quando vamos às reuniões de pais.
Acreditamos na democracia que se faz além das
urnas, que permite a participação do povo nas instâncias de decisão, nas
manifestações e nas contestações. Democracia que se faz no cotidiano da luta
por direitos e justiça, e não se limita a uma data a cada quatro anos.
Portanto, estamos cientes e apoiamos o
movimento dos profissionais da educação desta cidade, e esperamos que a
prefeitura passe a efetivamente dialogar. Entendemos que se os dias parados
prejudicam nossas crianças, anos de educação sem estrutura e sem qualidade
trazem prejuízo maior ao presente e futuro de toda a sociedade.
Todo trabalhador tem direito à greve e isso
deve ser respeitado e preservado.
Está luta também é nossa!!!
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