segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Sarau da Brasa e Sarau da Ademar
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
TEMPESTADE DE LIVROS
BAOBÁ NA QUILOMBAQUE
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
PRIMEIRAS PROSAS
Saudações.
Temos o maior respeito por todos os saraus e pessoas que fazem um corre fortalecendo a literatura nas bordas da cidade, porém temos maior afinidade, admiração e identificação com alguns grupos e com certeza o Sarau da Ademar é um deles.
Com essa admiração temos o prazer de receber em nossa casa o lançamento das “Primeiras Prosas” do Coletivo Cultural Sarau da Ademar, que será no próximo dia 25/02 no nosso terreiro da palavra.
Esperamos tod@s para mais esse grande momento para nossa comunidade.
Axé.
Sarau Poesia na Brasa
Rua Professor Viveiros Raposo, 534
Dia 25/02
Às 20h30
Vila Brasilândia
domingo, 12 de fevereiro de 2012
1º SARAU POESIA NA BRASA DE 2012
Se liga o que rolou no primeiro Sarau Poesia na Brasa de 2012.
Fotos de Sonia Bischain:
Depois da chuva que chegou pra acalmar a poeira e nossos corações, fomos pro Bar do Carlita. O primeiro dia de Sarau como todos na verdade dá um frio na barriga, uma ansiedade que começa na boca do estômago estourando no céu da língua, a palavra não gasta vem a tona nas expressões de cada poeta e artista da quebrada.
A Sonia nos preparou um presente, um vídeo com fotos da "Rede Viva Periferia Viva" que iluminou a noite trazendo a lembrança daquilo que vários grupos culturais fizeram no ano que passou, alimentando nossos sonhos de caminhar mais e mais, por que não?
No tocar do tambor sempre lembrando, revivendo nossa história e ancestralidade equilibrada em cada parte da nossa coluna, mente e espírito, chegamos como sempre de mansinho os poetas somaram, teve até homenagem pro Wando.
Ficou o gosto de quero mais uma sensação boa que deita no nosso colo ao fim de cada noite de sarau...
Até o próximo encontro e lembre-se que é só chegar!
Vem Pra Cá
Vem pra cá
Que a poesia grita.
Vem!
Que a palavra não é chumaço
É veia que estanca no corpo inteiro.
Descendo pelo ouvido
Enchendo os pulmões de sussurros.
Vasando pelo corpo
Feito orvalho na folha.
Vem que ela te alcança
Como a fé que move seus passos.
Vem!
Que ela não espera
E vai solta no vento
Cheia de encanto.
Não tranca fala, se liberta!
Renova e faz até remoçar.
Vem que a palavra é zumbido rústico
Um quebra língua que constrói universo.
Vem que ela te ampara
Não te faz bom moço
Nem boa moça
Mas te dá a luz do cego pra enxergar.
Com olhos grandes
Cheios de sonhos
Que nem dá pra imaginar.
Vem!
Samanta Biotti
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
LICENÇA PARA ANUNCIAR
Saudações comunidade da rede.
Já iniciamos nossos trabalhos de 2012, com as rodas de poesia em Salvador e Chorrochó – BA. Voltando para São Paulo, participamos do Sarau da Comunidade Cultural Quilombaque e agora no próximo sábado, dia 11 de fevereiro, vamos retomar nossos trabalhos na Vila Brasilândia, Bar do Carlita, periferia, lado norte de São Paulo.
Ano novo esquema antigo, é só chegar no sapatinho que vai ser bem chegado.
Axé
Sarau Poesia na Brasa
Rua Professor Viveiros Raposo, 534
Vila Brasilândia
ÀS 20h00
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
SARAU ELO EM BRASA EM CHORROCHÓ -BA
Estivemos em Chorrochó para uma das maiores experiências de nossas vidas. Para nós, quase todos filhos de Nordestinos, estar em Chorrochó foi como visitar um passado que não vivemos. Encontrar aquele povo tão cheio de sabedoria, resistência e humildade transformou nosso jeito de olhar o mundo.
Fomos para essa cidade para fazer alguns saraus durantes as festividades do Senhor do Bom Fim, e o que encontramos foi uma verdadeira disputa política, de um lado uma prefeitura que se mantem no poder a vinte anos e do outro lado uma “oposição”, que mesmo não estando com o poder do Estado, mantem um poder, digamos paralelo, nessa cidade, mas o que vale registrar que nem de um lado nem do outro o povo parece ter muita voz.
Assim que chegamos fomos recebidos pela Associação dos Vaqueiros da cidade de Chorrochó, foi essa organização que nos forneceu um lugar para nos hospedarmos. Assim que nos hospedamos partimos para conhecer o local onde aconteceriam as intervenções de nosso sarau e mais algumas outras apresentações artísticas. O local, como esperado, era uma praça, onde estava montado um grande palco. Prontamente tivemos que recusar tal estrutura, pois nossa intervenção jamais poderia ficar sobre um palco, tão longe do povo. Assim que pudemos fomos para o salão da igreja, onde nos prepararíamos para intervenção, e lá aconteceu um momento histórico, pois até nossa chegada nenhum outro grupo havia batido tambores dentro daquele espaço, e alguns poucos anos atrás o povo nem sequer podia entrar dentro da igreja. Por volta das 22h00 partimos para nossa primeira intervenção e não partimos sozinhos, assim que saímos do salão fomos acompanhados por um grupo de crianças sorridentes, que já dançavam ao som dos tambores e em poucos minutos já cantavam o nosso tradicional canto, convidando os poetas de longe e de perto para nossa comunhão da pão-lavra.
A primeira intervenção reuniu um grande número de pessoas que estavam extremamente curiosos para saber o que aquele grupo (Elo em Brasa) estava fazendo ali, vindos de tão longe. E na primeira noite ninguém da cidade resolver compartilhar em nossa roda com algum canto, poema ou qualquer outra intervenção, mas durante todo o tempo ficaram de olhos atento a cada palavra ou gesto que fazíamos.
No segundo dia, o povo já estava mais a vontade com nossa presença e aos poucos foram se soltando e entrando na roda viva da palavra, pondo para fora alguns anos de “silêncio” em forma de protesto em verso e prosa.
Já no terceiro dia o sarau praticamente foi todo feito pelos moradores de Chorrochó, além dos poetas locais que participaram, também convidamos o grupo de Capoeira Axé, do mestre Lopes, para brincar com a gente. Foi lindo de se ver, o povo dançando, cantando, jogando e protestando a plenos pulmões e naqueles breves momentos puderam ser sujeitos de suas próprias histórias, sem ter que se sujeitar a nenhum interesse político.
Porém mais do que as intervenções o que mais nos marcou foram as relações com a população nos lugares onde passávamos, cada história ouvida, cada copo de água que bebíamos, sabendo o valor que aquilo tinha, cada olhar sincero, cada abraço, as contradições, nossas certezas que caiam pelos vãos da terra seca junto com nossas vaidades. Não foi prefeitura, nem oposição, que a todo tempo tentavam associar suas imagens a nossa que nos marcou, mas sim o povo, esse povo do qual nós também fazemos parte, isso sim nos marcou e com certeza para sempre. AXÉ