Saudações.
No último dia 23/02/2010 aconteceu na USP dentro da faculdade de letras o Sarau da Cesta, organizado por alguns estudantes do curso de letras, que contava no inicio de sua programação com um debate sobre literatura-centro/periferia. Para compor a mesa de debate, juntamente com Caco Pontes, Ivan Antunes, Rui Mascarenhas e Antonio Vicente Pietroforte, foi convidado um dos integrantes do Coletivo Cultural Poesia na Brasa, Vagner Souza. Quando iniciou o debate percebemos que o ambiente era um tanto quanto hostil, começando pelo fato de não vermos nossos pares dentro daquele lugar, mas como já sabíamos que o lance era esse, não deixamos o representante do nosso coletivo naquela mesa sozinho e chegamos numa banca do Sarau Poesia na Brasa para fortalecer o debate. O que percebemos com esse debate é que quase todos os debatedores que compunham aquela mesa, com exceção do Vagner, dividiam a mesma opinião de que a literatura esta acima de tudo, que não existem fronteiras, pontos de vista de quem vê a literatura apenas como uma arte a ser contemplada em sua beleza técnica e não a literatura como um possível instrumento de registro histórico, manifestação social e possivelmente um meio para chegarmos a uma alteração da realidade social em que estamos inseridos, e o debate foi norteado por aí.
Algumas coisas nos deixaram um pouco “chateados” com esse encontro, uma delas foi o fato do professor Pietroforte ao iniciar a sua fala, fazer questão de cumprimentar todos os debatedores, com exceção do Vagner, o motivo até agora não entendemos, outro ponto foi o fato de que quando o encontro começou realmente virar um debate, um dos organizadores, Cláudio Laureatti, anunciou que o tempo estava acabando o que reforçou a nossa idéia que na verdade aquelas pessoas não estavam a fim de debater nada e sim, ir até falar cada um do seu trabalho e ponto, pouco importando o tema proposto para o debate. Mas outras coisas no deixaram “contentes”, como por exemplo o fato de termos tido a oportunidade de debatermos publicamente com o Rui Mascarenhas a questão do mapeamento dos pontos de poesia e a postura do Poiesis em relação aos movimentos de sarau nas periferias da cidade de São Paulo, mas no entanto o Rui preferiu se manter em silêncio. Então é isso meus queridos, de uma forma ou de outra estamos ocupando os espaços para debatermos aquilo que estamos fazendo, e que venham outros. Axé.
2 comentários:
Existe um sentimento maloqueiro? Ser maloqueiro está na moda? Tem maloca no centro? Tem poesia no centro? Tem poesia na periferia? Onde está a poesia? Está dentro? Está fora do centro? Tudo bem ser diferente? Sem mágoas? 100 mágoas? Sem perspectivas de conciliação? 100 perspectivas? 100 muros? O centro está em toda parte? Periferia e centro? Periferia é centro?
Rolou um debate seguido de um belíssimo sarau para aqueles que ficaram. É muito bom vermos acadêmicos, bacharelados na periferia...somar periferia com academia...não há uma verdade fechada sobre todas as coisas...academias tem que aprender com periferias e as periferias com as academias...Sarau é algo não-facista, democrático, liberado de preconceitos e picuinhas, contra a unilateralidade, pelas manifestações plurais de credos, raças e discursos. Discussão sadia, Sarau dos Bixos das Letras
Postar um comentário