segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Depois de muito corre e um pouco de descanso...

Desde já pedimos desculpas pela demora na atualização de nossas atividades, no entanto foram tantas informações que precisamos nos organizar novamente e depois compartilhar. Então lá vai, começamos pelo dia 13 de novembro onde lançamos o livro "Coletivo 8542" na Fundação Casa, local onde encaramos como obrigação levar a arte que produzimos para quem não pode vir vê-la, isso aconteceu em um final de tarde de Sexta-feira, ouvimos os textos de alguns garotos compartilhamos algumas idéias brevemente e os presenteamos com os livros todos autografados pelos autores presentes, gostaríamos de fazer mais por quem encontra-se sujeito as mazelas de um sistema falho que infelizmente não tem atalhos, mesmo assim foi de grande satisfação aquele resto de tarde cheio de mentes efervecentes.


Dia 17/11 “Pelas Periferias do Brasil - Vol. III”.

Pela terceira vez o escritor, e agora cineasta, Alessandro Buzo consegue reunir autores de várias quebradas do Brasil, em um livro de uma qualidade técnica e literária respeitável. Esse projeto é de extrema importância por várias razões, as quais nós não poderíamos enumerar todas, já que para cada um que compõem ou que adquiriu a obra, ela tem um valor todo especial, porém podemos ressaltar alguns motivos importantes para nós. O primeiro deles é o fato desse tipo de trabalho estimular e ao mesmo tempo abrir espaço para novos escritores, mostrar seus trabalhos, que até então, muitas vezes os próprios escritores tinham vergonha de mostrar para seus amigos e familiares. Segundo é o fato desse tipo de projeto, assim como todo o movimento da literatura periférica, com um formato de escrita relativamente livre, permite que escritores de longa data, que consideravam seus escritos apenas como sendo letras de música, agora possam se expressar também através dos livros, estimulando também de alguma forma que esses escritores/cantadores e seus ouvintes possam tomar a leitura como um hábito prazeroso e cotidiano. Por último uma questão importante que esse projeto nos leva a pensar, é o fato de reunir autores (as) de periferias de vários estados, o que pode levar a uma expansão desse movimento de literatura periférica pelo Brasil todo, uma vez que aparentemente esse movimento se apresenta de forma organizada e com maior expressão apenas na cidade de São Paulo. Parabéns Alessandro Buzo e a todas e todos os escritores que tornaram possível a realização desse trabalho.












Dia 21/11 CCJ - Debate

A participação das Mulheres Negras nos Movimentos Culturais


Reunimos três mulheres negras : Raquel Almeida - Sarau Elo-da-Corrente, Lid´s Sarau da Ademar e Maria Helena, Cidadã Samba São Paulo, Embaixadora do Samba de São Paulo e Presidente da Velha Guarda da Escola Rosas de Ouro.

Abrimos o debate com um poema de Maria Tereza do livro Negrices em Flor - poeta da Vila Nova Cachoeirinha.

Faz muito tempo

As mulheres

As meninas

As moças

As mães e tias da periferia

Querem homens profundamente

Mais educados educadores

Mais pensantes pensadores

Mais elegantes não só reprodutores

Mais generosos não geniosos

Mais humanos cidadãos

Porque a história tem seu ciclos sim

E tudo se renova de olhos atentos

E principalmente as avós

Querem homens que enterrem seus mortos.

As participantes se apresentaram, Maria Helena foi muito importante devido a sua bagagem e experiência em vários movimentos culturais relacionados ao samba, além de ser ativista negra. Raquel Almeida autora lançou o livro "Duas Gerações Sobrevivendo no Gueto" com a parceira Soninha M.A.Z.O, desenvolve um trabalho de extrema resistência com sarau que organiza na periferia de Pirituba, Lid´s também poeta comanda com outras mulheres o Sarau da Ademar na zona sul de São Paulo . O bate-bapo rolou aquecido pela cultura rica ancestral africana, sabemos que o pré-conceito quanto a mulher negra é bem maior do que a mulher branca. É essencial fazer mais encontros como este que possibilitem o relato e a discussão dessas mulheres frente à esta e outras questões. Lembremos também que a parte mais interessada, as próprias mulheres, muitas vezes não se unem para desenvolver uma ação, ao contrário se quetionam de forma a não contribuir e sim causando intrigas e separações.

Mulheres precisamos rever nossas atitudes e conceitos, nos unindo mais, fortalecendo com outros coletivos e formando novas frentes, sozinhas ficamos em desvantagem .

Agradecemos as mulheres que participaram e o Projeto Espremedor, sempre com a gente, ajudou na organização e está sempre somando.

Obrigada e até o próximo encontro!


(da dir p/ esq. Raquel Almeida, Lid´s, Maria Helena e Samanta mediadora)

Yakini e Michel - Elo-da-Corrente



Dia 22/11 C.C.J. Qual a função da literatura em meio ao caos?

No dia 22 de novembro de 2009 aconteceu no Centro Cultural da Juventude, no espaço “sarau” um debate organizado pelo Coletivo Cultural Poesia na Brasa e Projeto Espremedor com o tema “Qual o Papel da Literatura em meio ao Caos em que Vivemos”. Para debater esse assunto convidamos Rui Mascarenhas - organizador/ articulador do projeto “Poiesis” e autor do livro “Meio-Homem”, Diego Arias – professor de história, organizador do Coletivo Cultural Poesia na Brasa e do Sarau Poesia na Brasa, autor do livro “Coletivo 8542”, Juliana Balduíno – pesquisadora do programa de pós-graduação da PUC-SP, organizadora do Sarau Elo da Corrente e organizadora do Coletivo de Mulheres Esperança Garcia, Leandro Moraes (leko) – organizador do Coletivo Cultural Poesia na Brasa e do Sarau Poesia na Brasa e autor do livro “Coletivo 8542” e por último, não menos importante Caco Pontes – editor da revista “Não Funciona”, componente da “trinca” Poesia Maloqueirista, organizador do Sarau Récita Maloqueirista e autor do livro “O Incrível Acordo entre o Silêncio & o Alter Ego”. O debate foi bem interessante, com opiniões bastante diferentes sobre o tema. Alguns se mostraram pouco preocupados com uma possível “função” que a literatura possa ter em meio ao caos, para outros a literatura pode se apresentar como instrumento de construção para uma transformação social nas periferias, o que foi rebatido como sendo uma opinião que levaria a literatura a desenvolver um papel de assistencialismo, já outros apresentaram a proposta de um assistencialismo comovido, sem uma reflexão séria sobre suas conseqüências, como sendo um trabalho de grande importância para as crianças, jovens e adultos da periferia. Resultado é que o encontro foi realmente um debate, com diferentes e divergentes pontos de vista o que enriquece nosso movimento e propõe que os indivíduos participantes comecem a tomar posicionamentos um pouco mais definidos. A discussão teria ido mais longe caso não fosse nosso pouco tempo, por conta do atraso de alguns debatedores da mesa que estavam transformando em prática os seus discursos, mas até mesmo nosso mínimo tempo foi positivo, pois ficou a necessidade de continuarmos discutindo nossas ações para o enriquecimento do movimento literário da periferia. Obrigado a todos e todas que participaram.








Para finalizar o domingo e a semana, fomos todos para Mostra VAI, um pequena demostração do que os grupos aprovados pelo projeto estão fazendo, uma noite de descontração entre parceiros que estão no mesmo corre e que conseguiram os mesmos direito de usar a verba pública destinada a arte, a cultura e a comunidade, mesmo assim não esquecendo dos parceiros que estão na luta para uma em seus projetos, como o Projeto Espremedor convidado especial da Mostra que trouxe uma das atrações mais marcantes da noite o de percussão e dança Afro "Omaye" parabéns mais uma vez a todos o grupos que mostram sua resistência através da arte.

















Ainda dia 25/11 estivemos no lançamento do Sacolinha 2º edição do livro "Graduado em Marginalidade" vários saraus de todos cantos da cidade chegarem junto. Parabéns Sacolinha por mais essa vitória. Axé





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