palavras são como sombras em movimento,
e ardem em meu peito.
Como as palavras, tudo arde em mim:
o medo, a dor, o amor.
Em mim, as pessoas, este estado imutável,
o vermelho dos olhos, as mortalhas,
o silêncio.
Em mim, os sonhos, as esperanças,
cada amanhecer, sensações amordaçadas,
sentimentos destruídos.
Gritos e vozes, em correntes de aço,
como feridas abertas na alma.
Corpo e alma lançados contra muros,
clamando respostas,
buscando luz.
Tudo em mim,
como sombras, migalhas,
restos de dias enfiados no peito,
tiro na alma, dor e dúvida.
Resta o possível,
resta quebrar os grilhões,
esquecer os porões,
soltar as algemas.
Resta oferecer braços e abraços
e bocas e beijos e risos.
Resta afogar todas as mágoas,
lavar toda a dor,
sonhar todos os sonhos.
Resta manter a esperança,
como chama acesa
e buscar as mãos generosas,
e os braços
que sempre estiveram estendidos.
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