quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

DEBATE NA USP

Saudações.
No último dia 23/02/2010 aconteceu na USP dentro da faculdade de letras o Sarau da Cesta, organizado por alguns estudantes do curso de letras, que contava no inicio de sua programação com um debate sobre literatura-centro/periferia. Para compor a mesa de debate, juntamente com Caco Pontes, Ivan Antunes, Rui Mascarenhas e Antonio Vicente Pietroforte, foi convidado um dos integrantes do Coletivo Cultural Poesia na Brasa, Vagner Souza. Quando iniciou o debate percebemos que o ambiente era um tanto quanto hostil, começando pelo fato de não vermos nossos pares dentro daquele lugar, mas como já sabíamos que o lance era esse, não deixamos o representante do nosso coletivo naquela mesa sozinho e chegamos numa banca do Sarau Poesia na Brasa para fortalecer o debate. O que percebemos com esse debate é que quase todos os debatedores que compunham aquela mesa, com exceção do Vagner, dividiam a mesma opinião de que a literatura esta acima de tudo, que não existem fronteiras, pontos de vista de quem vê a literatura apenas como uma arte a ser contemplada em sua beleza técnica e não a literatura como um possível instrumento de registro histórico, manifestação social e possivelmente um meio para chegarmos a uma alteração da realidade social em que estamos inseridos, e o debate foi norteado por aí.
Algumas coisas nos deixaram um pouco “chateados” com esse encontro, uma delas foi o fato do professor Pietroforte ao iniciar a sua fala, fazer questão de cumprimentar todos os debatedores, com exceção do Vagner, o motivo até agora não entendemos, outro ponto foi o fato de que quando o encontro começou realmente virar um debate, um dos organizadores, Cláudio Laureatti, anunciou que o tempo estava acabando o que reforçou a nossa idéia que na verdade aquelas pessoas não estavam a fim de debater nada e sim, ir até falar cada um do seu trabalho e ponto, pouco importando o tema proposto para o debate. Mas outras coisas no deixaram “contentes”, como por exemplo o fato de termos tido a oportunidade de debatermos publicamente com o Rui Mascarenhas a questão do mapeamento dos pontos de poesia e a postura do Poiesis em relação aos movimentos de sarau nas periferias da cidade de São Paulo, mas no entanto o Rui preferiu se manter em silêncio. Então é isso meus queridos, de uma forma ou de outra estamos ocupando os espaços para debatermos aquilo que estamos fazendo, e que venham outros. Axé.

1º ENCONTRO CULTURAL DE MULHERES DAS PERIFERIAS

1º ENCONTRO CULTURAL DE MULHERES DAS PERIFERIAS:
Organização:

O Coletivo Cultural “Esperança Garcia”, nasceu do encontro entre mulheres que freqüentam e desenvolvem ações culturais nos saraus literários das periferias de São Paulo - Sarau Elo da Corrente – Pirituba e Sarau Poesia na Brasa – Vila Brasilândia. O grupo passou a promover discussões que refletem o papel da mulher negra na literatura e outras vertentes artísticas. Durante o ano de 2008, foram realizadas discussões que evidenciaram a importância de se trazer referências femininas para esses espaços, seja através da literatura, rap, trabalhos artesanais, culinária e outras manifestações culturais que venham a contribuir para reafirmação dessas identidades. Em 2009, fomos convidadas para realizar saraus literários em uma das unidades da Fundação CASA (masculina), junto com o Coletivo Literário Elo da Corrente. Organizamos com outros coletivos a 1ª Festa dos Ibejis – Homenagem ao Dia das Crianças com a distribuição de mais de 600 kits contendo doces e livros, além de intervenções artísticas, com o intuito de promover a aproximação das crianças dessa região com elementos da cultura afro-brasileira e intervenção artística com o texto “O gato da beira do rio”, escrito por Michel Yakini. Todas essas ações sempre foram embasadas em pesquisa desenvolvida em conjunto com os grupos.
Com essas ações pensadas e desenvolvidas em nossos espaços, pudemos perceber certo estranhamento e, até mesmo, a ausência de discussões e trabalhos realizados por mulheres dentro dos espaços que promovem a cultura nas periferias. A partir disso iniciamos nossos trabalhos nesse coletivo, que permite desenvolvermos uma proposta de trabalho que evidencie e reflita a importância da produção cultural da mulher nessas ações. Dessa maneira, buscamos tratar de questões relativas à nós mulheres, bem como nossas subjetividades que ainda são tratadas de maneira invisível.


PROGRAMAÇÃO
06/03 - Sarau Poesia na Brasa
Endereço do Sarau:Bar do CarlitaRua Prof. Viveiros Raposo, 534(próximo ao ponto final do ônibus Ana Rosa -
Brasilândia, em frente a Escola João Solimeo)

21h
Abertura – Intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre o cotidiano da mulher na periferia.
Mostra de fotografia Sonia – MULHERES DA MINHA TERRA -

Apresentação do grupo de dança “Corpo em Rito”

11/03 – SARAU ELO DA CORRENTE – PIRITUBA
Rua Jurubim,788-A, bar do Santista

20h30
Abertura – intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre o cotidiano da mulher na periferia.
Mostra de fotografia Sonia – MULHERES DA MINHA TERRA -

Apresentação do grupo de dança Corpo em Rito

21/03 – CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE
Av.Deputado Emílio Carlos, 3.641 (ao lado do terminal Cachoeirinha)Vila Nova Cachoeirinha – São Paulo – SP

14 às 20h
Exposição de Fotografia: Sonia Regina Bischain - MULHERES DA MINHA TERRA - a força, a magia e a arte de sobreviver
Exposição Artes Plásticas: Carolzinha Teixeira
Exposição de livros literatura produzida por mulheres
Abertura
14h- Intervenção do Coletivo Esperança Garcia
Bate-papo sobre as poesias e a questão da mulher nos movimentos culturais.
15h00- Apresentação do grupo Corpo em Rito
16h00- Oficina de Turbantes – Cathiara
17h00- intervenções artisticas
17h30- Oficina de bonecas Makena – Lúcia
18h30- Apresentação CIA de arte negra Capulanas



Apoio: Sarau Elo da Corrente, Sarau Poesia na Brasa, Projeto Espremedor e CCJ-vl. Cachoeirinha



Visite o blog: http://esperanca-garcia.blogspot.com

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

ROSAS DE OURO


Como todos sabem a Rosas de Ouro foi a escola campeã do carnaval 2010, porém, nem todos sabem que a Rosas de Ouro foi fundada na Brasilândia. Os moradores do bairro têm uma identificação muito grande com a escola e mesmo não tendo dinheiro suficiente para acompanhar os ensaios que hoje acontecem na quadra da escola que fica localizada na Freguesia do Ó, boa parte dos moradores da Brasilândia ainda demonstram seu amor pela escola independentemente de questões administrativas e até mesmo ideológicas. O Sarau Poesia Na Brasa dá os parabéns à Velha Guarda que é e tem muito orgulho de ser da Brasilândia e a escola que fez um belo carnaval. Em seguida uma poesia do Chellmí que retrata bem o amor, a paixão do morador da Brasilândia pela Rosas de Ouro.


A VERDADEIRA ROSEIRA


Explosão na quadra, o grito de é campeão ecoa

Euforia de rosas, na cidade da tempestade e não mais da garoa

Não importava quem estivesse com os dentes brilhantes ou com o sorriso banguelo

Naquele dia ninguém julgou se você estava de tênis ou chinelo

A Brasilândia desceu o morro e tomou conta de novo

Mostrando que a melhor festa é feita pelo povo

16 anos de espera e o dia chegou

Apaixonados em uma só voz gritando que o campeão voltou


É a roseira embalada ao sabor do chocolate

Veio o bom samba tecido pelas mãos do mais belo alfaiate

A comunidade que sofre teve seu momento de felicidade

A quadra foi invadida pelo desabafo da humildade


Pra quem faz da sua camisa um manto e nunca uma farda

Um salve de coração à sublime velha guarda

Um furacão, ou melhor, um Tornado que comandou aquela bateria

Nota 50 que quem a acompanhou jamais a deixaria

Desfile digno duma escola tradicional

Na última nota da apuração, emoção não tem igual

Depois de muito tempo foi redescoberto o tesouro

Hoje bato no peito e tenho orgulho de ser Rosas de Ouro


CHELLMÍ * 16/02/2010




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

É Sábado de Sarau na Brasa!

Dia corrido demais! Saimos do curso Espiral Negra lá em Perus e corremos direto para o sarau na brasa, pois o Kolombolo Diá Piratininga iria se apresentar e tudo tinha que ficar no jeito até às 19h. Beleza conseguimos, o Kolombolo exalou a magia que contamina a alma e o samba comeu solto, teve até encenação antes da música ser tocada, um misto de contação de estória à realidade, maravilhoso, que venham mais! O sarau teve início às 21h como de costume, os poetas de perto e de longe chegaram, somaram com a palavra, com a música, energia pura que trouxe também as irmãs lá da zona leste, manos da sul e os poetas da nossa quebrada que estão sempre presentes, compartilhando, contribuindo para o nosso terreiro da palavra, alimento para nossas mentes e coração. O Sarau é só um primeiro passo, vamos cada vez mais adentrar, subir nos morros que cercam nossa grande morada, abrir espaço pra essa arte que nos movimenta e está no sangue de cada um que sobrevive nos dias tempestuosos que agora também disputa espaço com alegrias.
Agradecemos a todos por somar, fortalecer e contribuir para não mesmice de mais um fim de semana, este foi mais um sábado de vitória para nós e para Vila Brasilândia.


Até o próximo encontro!

Coletivo Cultural Poesia na Brasa



Robertinho

Eder

Edi * Radiographia

Ciríaco

Força feminina

Regicida

Sidnei

Samanta

Chellmi
Sonia

Rose

Eunice 1ª vez no sarau e Vagner
Eduardo

Zé Correia

Rafael
Douglas

Fanti

O tambor chamando os poetas
Yakini e Raquel

Kolombolo Diá Piratininga
Mais Kolombolo


Toninho Batuqueiro - Velha Guarda da Vila Maria



Muita Paz
Nossas palavras
Nosso poder de luta
Fotos: Sonia Regina Bischain

É SÓ CHEGAR


SÓ PARA FORTALECER O AXÉ

É interessante pensar em como era o Sarau Poesia na Brasa nos seus primeiros encontros e como é agora, as pessoas que estão somando com a gente dês do início, as que apareceram cheias de idéias e propostas, porém sumiram com a mesma velocidade que chegaram, interessante também é pensar naquelas pessoas que nunca falaram um poema se quer, mas também nunca perderam nenhum encontro, outras que permaneceram no sarau somente até seus poemas serem publicados em um dos nossos livros e depois nunca mais apareceram nem para dar um abraço nos “amigos”. Porém frente a todas essas alterações, cada vez mais percebemos que estamos inseridos em um movimento em constante movimento com chegadas e despedidas, vitórias e derrotas, risos e lágrimas e para nós, assim vai continuar sendo até que um dia o Coletivo Cultural Poesia na Brasa também se despedirá ou partirá sem despedidas, mas por hora estamos fortalecendo com quem quer fortalecer verdadeiramente. Axé

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sarau Poesia na Brasa.

Salve mulambagem, nesse sábado dia 20/02 às 21h00, vai rolar o já tradicional, Sarau Poesia na Brasa, mas antes, às 19h00, vamos esquentar as baterias e molhar as palavras ao som do pessoal do Kolombolo Diá Piratininga. Tamu juntão. Axé. “É o povo na arte, é a arte no povo e não povo na arte de quem faz arte com o povo...” (Chico Scince)

Sarau Poesia na Brasa
Kolombolo Diá Piratininga

“1º Encontro dos Poetas Suburbanos”

Não poderemos chegar, porque no sábado tem curso na Quilombaque, logo depois às 19h00 tem samba com o Kolombolo e na sequência tem Sarau Poesia na Brasa, mas que puder chegar com certeza o axé é certo.

O “1º Encontro dos Poetas Suburbanos” reunirá todos os poetas que publicaram nas quatro edições dos livretos Coletâneas Poetas Suburbanos, lançadas pelo coletivo Literatura Suburbana no Ano de 2009. Mais de 25 poetas num sarau com música, dança, poesia e exposição dos livretos. Alem de celebrar esse projeto e esse trabalho literário o Coletivo abrirá a edição 2010 do projeto Produção Suburbana.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

PERIFERIA

Periferia Pedra! Morro! Favela! Laje! Gente! Sonho! Mágica! Em cada beco um sobrevivente Nas ruas somos suburbanos. Marginais! No córrego as doenças Em cima constroem casas No alto do morro uma cruz Ao lado a fé dos crentes No chão um quase asfalto Em cima crianças brincam O sol ilumina uma pequena parte Na outra só há uma noite fria E no meio de tudo isso Vejo um menino que sorri! Vendo a sua pipa subir O vento na rabiola passa por todos os lugares que ele um dia espera ir Vendo tudo isso eu penso. Não há poesia mais pura e sincera do que aquela que vem da favela! Samanta Biotti

SARAU POESIA NA BRASA

Saudações amigos e amigas, o Sarau Poesia na Brasa esta de volta.

Como já anunciado na semana passada, no último sábado dia seis de fevereiro, o Sarau Poesia na Brasa retomou os seus trabalhos no nosso terreiro da palavra, Bar do Carlita. Voltamos no sapatinho, na bola de meia, como tem que ser, com divulgação sendo feita basicamente no nosso blog e no boca a boca com amigos (as) e conhecidos (as) que trombamos nos encontros da vida e assim conseguimos reunir, mais uma vez, vários guerreiros e guerreiras em torno da soberana palavra/semente. Como sempre os trabalhos foram abertos ao toque dos tambores, louvando os nossos orixás (para aqueles que acreditam) e chamando aqueles que vem de longe, desse e de outros planos de existência, comungando a palavra como quem comunga o pão, “pãolavra”. E os poetas chegaram, com muito, protesto, amor e ódio. Portanto “Que os justos avancem, avancem, ainda que sejam imperfeitos e estejam feridos”. (Mario Benedeti), e dia vinte de fevereiro estamos de volta. Axé.